Vivemos em um mundo onde uma fotografia fantástica está disponível no toque de uma tela de cristal líquido. Uma rápida pesquisa pode revelar paisagens deslumbrantes de todo o mundo. Maravilhas do mundo são reformatadas para caber nas telas dos nossos computadores e telefones. Vemos céus vastos, cadeias de montanhas gigantescas e mares tempestuosos da segurança dos nossos sofás. A selvageria da natureza é domada por trás de uma gaiola de vidro fino.

Mas como o nosso temor diante da enormidade áspera da terra se dissipa com um simples toque de dedo de cada vez, o mesmo acontece com a nossa apreciação da glória majestosa do Deus que criou isto.

Alguns meses atrás, um amigo e eu fizemos um mochilão pela Floresta Nacional de Pisgah, na Carolina do Norte. Chegamos no auge das cores do outono. Caminhando ao longo de Art Loeb Trail, meus pulmões respiravam na beleza de um panorama explosivo de laranja, amarelo e vermelho. Lembro-me de dizer brincando que aquilo parecia uma cena de Senhor dos Anéis, enquanto viajávamos ao longo de uma cordilheira. Alcançando cada pico, nossos olhos se banqueteavam com o rufara beleza dos árvores que cobriam a paisagem abaixo de nós em todas as direções, sumindo no azul. Foi uma experiência que nenhuma grande angular poderia capturar. A majestade expansiva das Blue Ridge Mountains surpreendeu os nossos sentidos.

Naquela noite, sentamo-nos ao lado de um fogo crepitante no nosso acampamento, observando o pôr do sol sobre a serra mais distante. A lua brilhava como um holofote sobre nós, enquanto o frio da noite começou a se estabelecer. Meu amigo sussurrou Salmo 8:3,4 na vasta escuridão salpicada de pequenas áreas de estrelas:

“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”.

Fui dormir empacotado no meu saco de dormir, grato por quão pequeno eu me senti naquele momento e por quão enorme Deus pareceu.

Redescobrindo a Grande Verdade

Irmãos e irmãs, precisamos investir mais tempo na vastidão da natureza. Em uma era que clama colocar “o mundo na ponta dos dedos”, é fácil cair no erro de pensar que somos o centro do universo. Nós clicamos e passamos por meio das montanhas de informação. Navegamos por meio de centenas de fotos de todo o mundo. As telas que levamos nos dão um sentido de importância e superioridade, que é parecido com algo divino. Notificações de mídia social fazem barulho para nos lembrar quão necessários somos para o mundo. Podemos ser levados a pensar que podemos prender o mundo em uma caixa retangular com tela de vidro que cabe na palma da mão. No entanto, quando este dispositivo retangular perde a conectividade, e estamos a vários milhares de pés acima da superfície da Terra, contemplando 160 quilômetros de floresta em todas as direções, redescobrimos quão pequenos realmente somos.

Nós também redescobrimos quão especialmente glorioso o Deus que criou os céus e a terra realmente é. Seus dedos formaram as montanhas. Os mares podem ser reunidos na palma de sua mão. Pela palavra de sua boca, as galáxias apareceram. Quando passamos tempo em meio à natureza intocada, somos cativados pela beleza e magnitude da criação.

Quão muito mais seremos cativados pela onipotência majestosa do seu Criador? “Tema ao SENHOR toda a terra”, o salmista nos ordena. “Temam-no todos os habitantes do mundo.” (Sl 33:6–9). À medida em que o nosso apreço pela grandeza da criação cresce, o mesmo acontece com o nosso apreço pelo Criador.

O Pano de Fundo da Salvação

Quando compreendemos a pequenez da nossa existência, podemos apenas nos maravilhar com o salmista: “O que é o homem, que dele te lembres?” Somos partículas indetectáveis ​​em uma rocha, zumbindo no meio de um universo incomensurável. Por que o imortal e insondável Deus deveria tomar conhecimento de nós? Além do mais, por que ele deveria determinar — antes do começo — enviar o seu Filho único em uma missão de resgate por nós? Quando descobrimos o nosso lugar no escopo de tempo e espaço, descobrimos também a profundidade da compaixão de Deus e a determinação da sua graça. A sua benignidade buscou para nós galáxias resplandecentes e sóis ardentes, sobre cumes escarpados e mares estrondosos.

Este é o mistério glorioso do evangelho. Deus criou um universo para fazer a humanidade parecer pequena. Então, Ele alcançou esta vasta extensão com o sangue purificador de seu Filho, pelo poder do seu Espírito, para nos arrebatar das garras da morte, garras que ameaçavam nos atrair para uma eternidade de destruição, à parte da ardente glória de seu amor salvífico.

A natureza foi feita para nos sentirmos pequenos. Quando nos aventuramos no deserto e olhamos de alturas da cimeira, isto fornece uma ilustração incrível para a salvação, a história de como o transcendente e glorioso Senhor do céu e da terra condescendeu em nossa existência insignificante.

Maravilha Renovada

É possível que, para você, esta não seja uma nova verdade avassaladora. Mas minha esperança é que você passará de conhecer esta verdade a vivê-la, ao passar tempo na grande natureza com o Deus que cuida de você. Planeje uma viagem. Faça uma caminhada. Atravesse pulando riachos de água. Escale uma montanha. Conheça a criação de Deus. Redescubra a sua pequenez e a grandeza dele.

Ao fazer isto, você irá se maravilhar, com admiração renovada: “Quem sou eu, ó Senhor, para que te lembres de mim?”

Traduzido por Raul Flores